Neste domingo, dia 25 de Abril, dia do meu aniversário, fui conferir Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, nos cinemas. Infelizmente tive que ver dublado, com a voz do Leão Lobo interpretando Johnny Depp (ele falava com a língua entre os dentes, por isso me irritava cada vez que dizia um "s"). Enfim, confira uma pequenina análise sobre o filme:
Era uma vez uma história esquisita ao extremo, cheia de excentricidades e com psicodelismo puro, que fez sucesso por apresentar um mundo mágico diferente do que estamos acostumados a ver. Esta história é a famosa obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Mas o que era para ser um mundo cheio de fantasias e quase nenhum sentido, acabou se tornando numa grande e clichê aventuras nas mãos de meu diretor preferido, Tim Burton.
Tudo começou quando Tim Burton nasceu. Ele cresceu e virou diretor de cinema. Seu sonho era dirigir sua história de ficção favorita, Alice. Depois de anos alimentando esse desejo, Burton criou coragem e usou todo o seu esquema (Depp + Bonham Carter + Elfman + cenários exagerados + personagens bizarros), que por mais ultrapassado que esteja, eu adoro. E assim nasceu esta refilmagem do clássico de Lewis Carroll.
O roteiro, escrito pela ótima Linda Woolverton, se mostrou desde cedo mais uma das “histórias padrões dos atuais filmes da Disney”, onde há aquela história de objetos mágicos, monstros e profecias, etc. E a história é uma continuação do filme original. Ela é assim: Alice, já com 19 anos, foge ao ser pedida em casamento e acaba seguindo um Coelho Branco e indo parar em Wonderland, a Terra das Maravilhas. Ela já visitou aquele lugar uma vez, quando era pequena, mas não se lembra. E agora, os personagens a trouxeram de volta para que ajudassem-nos a salvar a mágica terra da Rainha Vermelha, que estava tomando conta de tudo.
A história não é ruim – nada disso. É interessante e divertida. O que mais me incomodou foi que essa história de objetos mágicos, monstros, batalhas e profecias não combinam com a história da Alice, e se formos comparar à história original, ela é totalmente infiel. Mas como o mundo não é formado por comparações, vamos agora avaliar este produto avulso, independente da obra de Carroll.
Os personagens não poderiam estar melhores. Brincadeira… poderiam sim. As duas rainhas (a Rainha Vermelha e a Rainha Branca) são as melhores, seguidas do Chapeleiro Maluco e do carismático Gato Chesire. Se você ainda não assistiu e pretende, se deparará com um certo e irritante Stayne. Ignore-o.
As atuações estão ótimas. Johnny Depp, aqui acusado de não ter originalidade por copiar muito o jeito de Willy Wonka (seu mesmo personagem na refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate), funcionou muito bem comigo. O mesmo com Anne Hathaway, que interpreta a Rainha Branca. Acho que apenas eu percebi um certo sarcasmo em sua interpretação (vide o jeito como anda – exagerada ao extremo). Mia Wasikowska, a personagem que faz a Alice, seria a mais fraquinha, se não fosse por Crispin Glover, o valete Stayne. Este sim, é o canastra do filme. O mérito vai todo para Helena Bonham Carter, a Rainha Vermelha, que aqui mostra um enorme talento. Sua interpretação como a bruxa velha e cabeçuda é excelente, misturando humor com maldade em seu olhar. Está simplesmente fantástica e se torna a melhor do elenco.
A trilha sonora composta por Danny Elfman (Oh! [momento de surpresa]) é boa, embora muito parecida com a que compôs anteriormente para A Fantástica Fábrica de Chocolate. Muito boa mesmo é a canção “Alice (Underground)”, com performance de Avril Lavigne, composta também para o filme.
O visual, então, nem se fala. Melhor até que o tão comentado Avatar. Filmado com a técnica de captura de movimentos, o filme é riquíssimo em detalhes. Vide os personagens, suas expressões, maquiagens e trajes. Vide os cenários, os castelos, as árvores, vide tudo. Para toda parte da tela que você olhar, verá detalhes. É incrível! É fantástico! Muito obscuro e muitas vezes muito colorido, é um filme que alterna entre o tipo de visual de uma hora pra outra, mudando as cores, é maravilhoso! Realmente é o melhor do filme. Simplesmente fantástico! Não há outra palavra para defini-la.
E, é claro, não podia deixar de comentar a direção de Tim Burton, que muitos apedrejam por usar sempre o mesmo estilo. Como eu disse, ele pode usar mil e uma vezes, que eu adorarei! Desde que continue com essa excentricidade toda, por mim tudo bem! Sua direção pode não ser divina e sem deslizes, mas é boa para manter o filme funcionando e conduzindo-o muito bem. Resumidamente, é um filme bom, com um roteiro interessante e um visual fantástico! Recomendado? Para quem quiser uma boa diversão, sim. Para quem quiser compromisso sério, tente algo mais leve, como Dogville ou algo parecido.
NOTA: 7.0
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