quarta-feira, 28 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas (2010)

Neste domingo, dia 25 de Abril, dia do meu aniversário, fui conferir Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, nos cinemas. Infelizmente tive que ver dublado, com a voz do Leão Lobo interpretando Johnny Depp (ele falava com a língua entre os dentes, por isso me irritava cada vez que dizia um "s"). Enfim, confira uma pequenina análise sobre o filme:


Era uma vez uma história esquisita ao extremo, cheia de excentricidades e com psicodelismo puro, que fez sucesso por apresentar um mundo mágico diferente do que estamos acostumados a ver. Esta história é a famosa obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Mas o que era para ser um mundo cheio de fantasias e quase nenhum sentido, acabou se tornando numa grande e clichê aventuras nas mãos de meu diretor preferido, Tim Burton.


Tudo começou quando Tim Burton nasceu. Ele cresceu e virou diretor de cinema. Seu sonho era dirigir sua história de ficção favorita, Alice. Depois de anos alimentando esse desejo, Burton criou coragem e usou todo o seu esquema (Depp + Bonham Carter + Elfman + cenários exagerados + personagens bizarros), que por mais ultrapassado que esteja, eu adoro. E assim nasceu esta refilmagem do clássico de Lewis Carroll.

O roteiro, escrito pela ótima Linda Woolverton, se mostrou desde cedo mais uma das “histórias padrões dos atuais filmes da Disney”, onde há aquela história de objetos mágicos, monstros e profecias, etc. E a história é uma continuação do filme original. Ela é assim: Alice, já com 19 anos, foge ao ser pedida em casamento e acaba seguindo um Coelho Branco e indo parar em Wonderland, a Terra das Maravilhas. Ela já visitou aquele lugar uma vez, quando era pequena, mas não se lembra. E agora, os personagens a trouxeram de volta para que ajudassem-nos a salvar a mágica terra da Rainha Vermelha, que estava tomando conta de tudo.

A história não é ruim – nada disso. É interessante e divertida. O que mais me incomodou foi que essa história de objetos mágicos, monstros, batalhas e profecias não combinam com a história da Alice, e se formos comparar à história original, ela é totalmente infiel. Mas como o mundo não é formado por comparações, vamos agora avaliar este produto avulso, independente da obra de Carroll.

Os personagens não poderiam estar melhores. Brincadeira… poderiam sim. As duas rainhas (a Rainha Vermelha e a Rainha Branca) são as melhores, seguidas do Chapeleiro Maluco e do carismático Gato Chesire. Se você ainda não assistiu e pretende, se deparará com um certo e irritante Stayne. Ignore-o.

As atuações estão ótimas. Johnny Depp, aqui acusado de não ter originalidade por copiar muito o jeito de Willy Wonka (seu mesmo personagem na refilmagem de A Fantástica Fábrica de Chocolate), funcionou muito bem comigo. O mesmo com Anne Hathaway, que interpreta a Rainha Branca. Acho que apenas eu percebi um certo sarcasmo em sua interpretação (vide o jeito como anda – exagerada ao extremo). Mia Wasikowska, a personagem que faz a Alice, seria a mais fraquinha, se não fosse por Crispin Glover, o valete Stayne. Este sim, é o canastra do filme. O mérito vai todo para Helena Bonham Carter, a Rainha Vermelha, que aqui mostra um enorme talento. Sua interpretação como a bruxa velha e cabeçuda é excelente, misturando humor com maldade em seu olhar. Está simplesmente fantástica e se torna a melhor do elenco.

A trilha sonora composta por Danny Elfman (Oh! [momento de surpresa]) é boa, embora muito parecida com a que compôs anteriormente para A Fantástica Fábrica de Chocolate. Muito boa mesmo é a canção “Alice (Underground)”, com performance de Avril Lavigne, composta também para o filme.

O visual, então, nem se fala. Melhor até que o tão comentado Avatar. Filmado com a técnica de captura de movimentos, o filme é riquíssimo em detalhes. Vide os personagens, suas expressões, maquiagens e trajes. Vide os cenários, os castelos, as árvores, vide tudo. Para toda parte da tela que você olhar, verá detalhes. É incrível! É fantástico! Muito obscuro e muitas vezes muito colorido, é um filme que alterna entre o tipo de visual de uma hora pra outra, mudando as cores, é maravilhoso! Realmente é o melhor do filme. Simplesmente fantástico! Não há outra palavra para defini-la.

E, é claro, não podia deixar de comentar a direção de Tim Burton, que muitos apedrejam por usar sempre o mesmo estilo. Como eu disse, ele pode usar mil e uma vezes, que eu adorarei! Desde que continue com essa excentricidade toda, por mim tudo bem! Sua direção pode não ser divina e sem deslizes, mas é boa para manter o filme funcionando e conduzindo-o muito bem. Resumidamente, é um filme bom, com um roteiro interessante e um visual fantástico! Recomendado? Para quem quiser uma boa diversão, sim. Para quem quiser compromisso sério, tente algo mais leve, como Dogville ou algo parecido.

NOTA: 7.0

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