sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O melhor do cinema em 2012


Detalhe: Algumas produções audiovisuais da lista abaixo foram lançadas no mercado internacional em 2011, mas atracaram em cinemas e festivais do Brasil em 2012.


10 - O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


9 - Tabu.


8- A invenção de Hugo Cabret


7- Cosmópolis


6 - Killer Joe: O matador


5 - A Febre do Rato



4 - 007: Operação Skyfall



3 - O Espião que Sabia Demais


2 - Holy Motors


1 - A Separação

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Crítica: O senhor dos anéis - O retorno do rei (The lord of the rings - The return of the king, 2003)

Eis o legado moderno de Ben-Hur, o primeiro e mais ambicioso épico histórico já feito.  Se as histórias criadas por Tolkien são de um mundo fictício, isso não interfere na possibilidade de transferir os elementos do antigo filme de William Wyler para outro épico dos anos 2000. Se isso não bastasse, foram incorporados no mesmo produto os adventos que fizeram de O retorno do rei o melhor livro da trilogia, e “coincidentemente”, o mais realista em sua estética fantasiosa e inesquecível representante do período mais conturbado da história da Terra-média.

Frodo, Sam e Gollum partem incansáveis até a montanha da perdição, onde o Um anel foi forjado e, portanto será destruído custe o preço que custar. A eles foi dada a tarefa, e a responsabilidade não pode ser desfeita dentro de seus grandes corações do Condado (Uma clara metáfora sobre a inocência e o forte engajamento social das classes mais “baixas” de uma sociedade), tal qual a de Peter Jackson de superar qualquer expectativa quase uma década atrás (Este texto ainda é escrito em 2012) com uma expansão de todos os valores antes apresentados dentro de um dos grandes filmes de 2003, glorioso e prolífico até hoje em seu impacto, sua qualidade técnica e em sua precisa adaptação de quase três horas e meia sem deixar, popularmente falando, “a peteca cair por um segundo”, em um ritmo incansável devido a magistral edição que desbancou Cidade de Deus nessa mesma categoria no Oscar 2004. Foram onze prêmios, mais de um bilhão nas bilheterias mundiais e o atestado absoluto que o cinema pode contar qualquer história, por maior e mais abrangente que ela possa ter sido imaginada uma vez.

The Lord of the Rings – The Return of the King encontra-se geralmente nas listas de melhores da década, e é uma dessas obras que só melhora enquanto o tempo passa, não apenas em sua influência, mas na certeza do seu status de Clássico feito para o exato momento em que o cinema como indústria precisava dele, sendo que nada é à frente do seu tempo, “tudo chega exatamente quando tem de chegar”, como diria Gandalf no começo de A sociedade do Anel. Assim sendo, olhando para trás, a impressão que dá é que o atestado filmado entre as décadas de 90 e 2000 é um dos melhores que uma trilogia poderia deter, coerente do começo ao fim, cada capítulo com suas peculiaridades, um completando o outro. Uma sobriedade tripla e uma fidelidade geral extremamente bem traduzida – e produzida – na tela, totalizando 558 minutos e uma preciosidade cinematográfica tão grande que seria incapaz de ser condensada dentro de um simples anel.

Nota: 9.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

TOP 7 - Bêbados por sangue

Aproveitando o final da saga Crepúsculo nos cinemas (Sim, só que não), o DC faz seu top dos caçadores de pescoços à venda após cada pôr do sol.

7 - Um drink no inferno, de Robert Rodriguez 

6 - Hotel Mekong, de Apichatpong Weerasethakul

5 - Os viciosos, de Abel Ferrara

4 - Deixe ela entrar, de Tomas Alfredson

3 - Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola

2 - Drácula, de Tod Browning 

1 - Nosferatu, de F.W. Murnau

"Listen to them... The children of the night... What music they make." - Bela Lugosi.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Scorsese, Rocha e Cinemas interligados


O diretor Martin Scorsese é certamente um dos melhores diretores norte-americanos em atividade - muitos inclusive o consideram o melhor! Nesta entrevista de 2 partes, abaixo e legendada, Martin descreve suas impressões sobre "O dragão da maldade contra o santo guerreiro", obra do realizador brasileiro Glauber Rocha. Para quem é conterrâneo e prestigia a filmografia de ambos mestres, o vídeo se torna impagável. Confira:


Parte 1:

Parte 2:

sábado, 1 de setembro de 2012

Análise: A tortura do medo (Peeping Tom, 1960)


Voyeurismo. Um dos maiores temores até para quem não conhece o medo pelo nome, o medo de ser observado e não saber Onde ou por Quem. Essa impotência por si só já é uma tortura, uma sensação de profundo desagrado, a privacidade indo pelo ralo. O irônico é notar como esse fato, cada vez mais presente com hackers invadindo webcams via redes wi-fi já foi mostrado num sem-número de produções semelhantes de antigamente, explorado com êxito por tantos tratados de cinema; mas se o que importa para um tema já dilacerado é a dosagem para sua sobrevivência, A tortura do medo é de longe o que mais fez bem para esse cinema de suspense, um dos gigantes, conseguindo nutrir prolixidade além do gênero em uma aula de closes tenebrosos, sonoridade contínua e uma iluminação claustrofóbica inspirada por clássicos de Alfred Hitchcock e Henri-Georges Clouzot. Ainda um pouco de história, vale a pena citar que produções desse tipo já eram populares no Reino Unido, com a obra-prima A noite do demônio, de Tourneur, e O corvo de Clouzot sendo os melhores exemplos, mas todas limitavam sua tensão em preto e branco, ou seja, no cinema do ontem – Psicose e A aldeia dos amaldiçoados, ambos de 1960 também. Faltava medo colorido de verdade, sangue vermelho, não preto mais. Em sua última direção, Michael Powell estava no lugar certo, na hora certa.

O filme começa com uma câmera subjetiva feita para comprar o espectador, na época acostumado com as limitações monocromáticas, hoje com truques vertiginosos e vulgares das câmeras em prol da masturbação mental 3D. Um dos maiores dons do cinema sempre foi subverter expectativas, e é claro que como todo dom isso pode ser uma maldição, mas aqui Powell não deixa ocorrer digressões rítmicas um segundo sequer. Muito de tal privilégio vem justamente dos closes singulares e idênticos, no bom sentido, de seus personagens apavorados por seus óbitos previsíveis (Ou não) ou assustados pelas condições desafiadoras tanto para eles quanto para nós, meros interlocutores de uma história de traumas familiares e consequências sociais. Enquanto o equilíbrio corre rio acima, sereno, o desequilíbrio narrativo-visual vem em contraponto - determinado corte entre planos, a luz dá lugar a sombras deformadas no mesmo ambiente e volta a clarear no próximo corte, ou vice-versa. Deslizes comuns em uma obra transcendental, infelizmente, pois isso não é subversão. No mínimo, frustração momentânea, e não lembro disso apenas para expôr algum aspecto negativo: Faz a diferença!

Por outro lado há aspectos primorosos que não foram levados à tona, justiça seja feita: As atuações, por último a principal. Temos aqui a moça que obviamente vai ser morta no final, aquele rosto inocente escolhido pela produção para ser cultivado até o último segundo e ser morto pelo vilão, certo? O dom de subverter expectativas, Powell não esquece disso para uma história original como é A tortura do medo. Coadjuvantes são as peças do tabuleiro e vão se movendo a gosto do assassino, uma pessoa atormentada pelo passado, uma sátira mórbida da obsessão por capturar imagens que muitos artistas detêm - todos na verdade, é possível generalizar nesse quesito. O competente ator Karlheinz Böhm interpretou Mark Lewis com os olhos (Antes de Javier Bardem e Heath Ledger), trejeitos cínicos que deram inveja a Anthony Perkins e seu Norman Bates muitas vezes apático. A tensão de Lewis era maior do que a tensão de suas vítimas, intimidadas por sua câmera como ratos numa encruzilhada felina. Seus lábios sendo mordidos, seus olhos que jamais piscam, sua ansiedade não por simples espionagem, mas sua sede pela morte para desfrutar da dor alheia, isso para Mark Lewis é impagável, exatamente como a entrega do ator ao personagem para nós. Subestimado Böhm foi, os melhores sempre são.

Em meio a tudo isso, uma metalinguagem afiada (Desculpe o trocadilho para quem já viu o filme) com tudo do bom e do melhor, homenageada em definitivo anos depois por De Palma em Um tiro na noite.


Embriagante, adjetivo empregável por ventura as comparações divertidas que não chegam a lugar nenhum sobre esse tal de voyeurismo. Janela Indiscreta de Hitchcock virou sinônimo para a prática, até porque foi feito antes de Peeping Tom (Termo inglês para xeretice, voyeurismo), e para mim, aprimorada no clássico sessentista. É mais cinema, é mais amplo, o leque se abre mais! Em O silêncio dos inocentes, os pelos das nucas se arrepiam ao acompanharmos Clarice andando no escuro seguida pelos binóculos de um assassino transexual: Nós. A câmera subjetiva usada com primor equivalente por Argento em Prelúdio para matar, ou em A bruxa de Blair, heranças inestimáveis! A tortura do medo, geralmente visto em lista dos melhores filmes já feitos, não deve ganhar os créditos por criar o método, não criou nenhum, mas refrescou o máximo que conseguiu em sua curta e coerente duração, tornando seu valor imprescindível e fixável à parede da história, a base de um contexto mais contemporâneo. É o que importa. Ainda.
NOTA: 8,5.

sábado, 25 de agosto de 2012

TOP 7 - Remakes

Seja por escassez de criatividade, seja por achar que a ideia seja tão boa que merece uma segunda ou até uma terceira visão (Como no caso de King Kong, de Peter Jackson), refilmagens permeiam o cinemão mainstream mais e mais. Um fenômeno que já vem acontecendo há muito tempo, mas vem se intensificando por si só ultimamente. Ironicamente, quando acabam por ser melhores do que a primeira visão, dão por consequência um novo gás a essa prática que muitos chamam de "plágio", outros de "democracia artística". Confira a lista do DC acerca dos 7 melhores "remakes" dos últimos 10 anos:


Galante e sanguinário, 1957
Os indomáveis, 2007


Ringu, 1998
O chamado, 2002


5° 
Os infiltrados, 2006

                                                  
                                                        4°
Mou Gaan Dou, 2002
Millenium - Os homens que não amavam as mulheres, 2011
Os homens que não amavam as mulheres,
2009


3° 
King Kong, 1933
King Kong, 2005

 2°

13 assassinos, 1963
 
                                     13 assassinos, 2011


1°  
Bravura Indômita, 1969
Bravura indômita, 2010
Joel e Ethan Coen realizaram uma das melhores releituras visuais e ideológicas já feitas baseadas em uma mise en-scène clássica, fiel ao clássico com John Wayne. Se tornou o filme do gênero western mais rentável da história, merecidamente, admitindo o porquê.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

TOP 30 - Melhores filmes já feitos.



Inspirado pelas listas recentes dos grandes diretores da ativa, o DC resolveu anunciar nossa própria lista de melhores dos melhores, mais importantes para a história da arte, obrigatórios e porque não, infilmáveis, portanto, eis a opinião do blog, aquém, é claro, do quem possam achar nossos leitores:


1) Rashomon, de Akira Kurosawa
2) 2001 – Uma odisseia no espaço, de Stanley Kubrick
3) M – O vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang
4) Três homens em conflito, de Sergio Leone
5) Cidadão Kane, de Orson Welles
6) Os esquecidos, de Luiz Buñuel
7) 8 ½, de Federico Fellini
8) O encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein
9) O grande ditador, de Charles Chaplin
10) O homem com a câmera, de Dziga Vertov
11) Festim diabólico, de Alfred Hitchcock
12) A regra do jogo, de Jean Renoir
13) A hora do lobo, de Ingmar Bergman
14) O sétimo selo, de Ingmar Bergman
15) A aventura, de Michelangelo Antonioni
16) A grande ilusão, de Jean Renoir
17) Casablanca, de Michael Curtiz
18) O demônio das onze horas, de Jean-Luc Godard
19) Rastros de ódio, de John Ford
20) Vá e veja, de Elem Klimov
21) Era uma vez no oeste, de Sergio Leone
22) Tempos modernos, de Charles Chaplin
23) Julie e Jim, de François Truffaut
24) Saló, ou 120 dias de sodoma, de Pier Paolo Pasolini
25) Terror nas trevas, de Lucio Fulci
26) Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha
27) Era uma vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu
28) A noite do demônio, de Jacques Tourneur
29) A elegia da luta, de Seijun Suzuki
30) O falcão Maltês, de John Huston.