quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A grandiloquência afetada de Christopher Nolan. [Inception]


O que Nolan trouxe de bom em seus filmes foram a idéia lógica de continuidade no roteiro de “Amnésia” e as eletrizantes cenas de ação em “Batman - O Cavaleiro das Trevas”, esqueça tudo isso, em “A Origem” o talento [nesses únicos quesitos que Nolan possuía] simplesmente desapareceu.

Com uma primeira hora feita por um blábláblá infernal pra racionalizar as viagens do diretor, um amontoado de explicaçõesinhas com uma elaboração porca, uma falação sem fim. Sem ao menos instigar alguma coisa, o filme busca justificar todas as teorias sem ao menos construir uma imagem ou circunstância interessante. Com sua lógica [brega] Nolan busca permissão para viajar num mundo de sonhos. Isso pra mim, já é desinteressante, mas o problema é a maneira como ele faz isso, buscando soluções óbvias e nem um pouco cinematográficas.


Depois da tediosa primeira hora, a viagem de Nolan está pronta pra começar. Não passa de uma trama com um monte de explosões onde as cenas de ação não passam de correria, carros correndo, pessoas correndo, tiros pra não sei que lado. E como se fosse um vídeo game mudam os cenários, mas o resto não muda, são só correria, tiros e explosões. Sensorialmente cansativo, com suas limitações o filme caminha sem nunca oferecer ao espectador condição para exercer a imaginação. Personagens em conflitos tão bobos quanto às situações que cada um se encontra.


Nolan ainda usa truquinhos infelizes e embola suas teorias para embolar a cabeçinha de quem acompanha, e com a elaboração [fajuta] de seus conceitos e com suas camadas tentando sempre bagunçar o espectador, e assim deixar os nerds cinéfilos felizes por se sentirem inteligentes.

O diretor se esquece do mistério, e da natureza infinita de um sonho. Nolan destrói qualquer ambiguidade, qualquer fantasia onírica e poética que o inconsciente oferece, destrói justamente com suas explicações em busca de uma racionalização besta, tal característica mata a imaginação. Certo, é um filme comercial, não era para esperar poesia, exercício narrativo e coisa e tal, é preciso ser rápido e superficial, isso ele consegue.


Falam por aí que é o que holywood precisa: cérebro. Bom, eu não sei onde usar o cérebro em um filme onde as situações, teorias [cafonas] e respostas são explicadas num mais tenebroso blábláblá. Eu disse respostas? Sim respostas, mas o terrível aqui é que não há perguntas, não há questionamento, não há discussão, só falação, não há nada para ser descoberto, pois está tudo apagado. Sucesso de bilheteria, muitos prêmios. Chamam isso de cinema, pobre cinema. Eu chamo de marketing.

Visualmente o filme não tem nada de atrativo, fotografia insossa, efeitos especiais sem brilho e cenários com menos brilho ainda, tudo sem substância. Lotado de cenas mal acabadas, nenhum enquadramento interessante, nenhum plano bonitinho, nenhum movimento de câmera que salve alguma cena. Mas temos alguns slow motions que beiram ao ridículo e uma montagem que chega a dar enjôo. O diretor passa tanto tempo criando suas teorias e esquece o mais importante na comunicação cinematográfica: a imagem. O filme inspira preguiça.

Nota: 1/10

Cena deplorável: A pegação de dois caras em um corredor com gravidade zero. [ou aquilo era uma luta?]

3 comentários:

Rafael W. disse...

Uma das obras-primas de 2010! prontofalei

Anônimo disse...

Não achei o filme essas coisas todas. Pra mim, não merece o sucesso de críticas positivas.

Anônimo disse...

Pra min o filme é muito bom claro exige um intelecto melhor para copreender o que realmente esta acotecendo, o filme cria de inicio mutiplas percepção e depois se afunila no ator principal... a critica ai de cima não percebeu um detalhe porem significante... as dicas do filme não é para o telespectador e sim para o personagem principal... todo o enrredo é para plantar a idéia no personagem principal em que esta preso no seu proprio sonho... é só prestar atenção no decorrer dos fatos e nas falas dos personagens durante o filme... O Critico ai de cima não sabe o que é cinema.. Um exelente filme para quem gosta de qualidade...
isso o que da assistir Power Rangers