quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Crítica: O senhor dos anéis - O retorno do rei (The lord of the rings - The return of the king, 2003)

Eis o legado moderno de Ben-Hur, o primeiro e mais ambicioso épico histórico já feito.  Se as histórias criadas por Tolkien são de um mundo fictício, isso não interfere na possibilidade de transferir os elementos do antigo filme de William Wyler para outro épico dos anos 2000. Se isso não bastasse, foram incorporados no mesmo produto os adventos que fizeram de O retorno do rei o melhor livro da trilogia, e “coincidentemente”, o mais realista em sua estética fantasiosa e inesquecível representante do período mais conturbado da história da Terra-média.

Frodo, Sam e Gollum partem incansáveis até a montanha da perdição, onde o Um anel foi forjado e, portanto será destruído custe o preço que custar. A eles foi dada a tarefa, e a responsabilidade não pode ser desfeita dentro de seus grandes corações do Condado (Uma clara metáfora sobre a inocência e o forte engajamento social das classes mais “baixas” de uma sociedade), tal qual a de Peter Jackson de superar qualquer expectativa quase uma década atrás (Este texto ainda é escrito em 2012) com uma expansão de todos os valores antes apresentados dentro de um dos grandes filmes de 2003, glorioso e prolífico até hoje em seu impacto, sua qualidade técnica e em sua precisa adaptação de quase três horas e meia sem deixar, popularmente falando, “a peteca cair por um segundo”, em um ritmo incansável devido a magistral edição que desbancou Cidade de Deus nessa mesma categoria no Oscar 2004. Foram onze prêmios, mais de um bilhão nas bilheterias mundiais e o atestado absoluto que o cinema pode contar qualquer história, por maior e mais abrangente que ela possa ter sido imaginada uma vez.

The Lord of the Rings – The Return of the King encontra-se geralmente nas listas de melhores da década, e é uma dessas obras que só melhora enquanto o tempo passa, não apenas em sua influência, mas na certeza do seu status de Clássico feito para o exato momento em que o cinema como indústria precisava dele, sendo que nada é à frente do seu tempo, “tudo chega exatamente quando tem de chegar”, como diria Gandalf no começo de A sociedade do Anel. Assim sendo, olhando para trás, a impressão que dá é que o atestado filmado entre as décadas de 90 e 2000 é um dos melhores que uma trilogia poderia deter, coerente do começo ao fim, cada capítulo com suas peculiaridades, um completando o outro. Uma sobriedade tripla e uma fidelidade geral extremamente bem traduzida – e produzida – na tela, totalizando 558 minutos e uma preciosidade cinematográfica tão grande que seria incapaz de ser condensada dentro de um simples anel.

Nota: 9.

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