segunda-feira, 25 de abril de 2011

Crítica: Batman - O cavaleiro das trevas (The dark knight ) (2008)

Quando Batman Begins surgiu em 2005, (Quase) todo mundo aplaudiu de pé, a bilheteria não foi grande, mas o sucesso se estendeu além do filme e o visionário diretor Christopher Nolan virou pop da noite pro dia, mesmo com alguns desmentindo isso. No final de Begins, já tinha uma dica apresentada sobre o que seria a seqüência, que foi mantida a sete chaves pela Warner Bros., até começar a violenta campanha de marketing do filme ao redor do mundo. Mas o que a Warner errou foi que Batman - O cavaleiro das trevas não precisaria de uma campanha de marketing em cima da morte acidental - ou não - de Heath Ledger, ou charadas sobre a produção em sites pela internet! Filmes assim se auto promovem.

Antes de qualquer coisa, eu gostaria de enfatizar que O cavaleiro das trevas foi o filme que iniciou a minha vida cinéfila, que despertou meu interesse pela sétima-arte, e desde então venho me preparando para escrever sobre ele. Somente depois de absorver o filme como ele merece e é, com todas suas camadas, e numa sala IMAX, eu tive o interesse de correr atrás de obras de deuses como Francis Ford Coppola, Woody Allen, Stanley Kubrick, Clint Eastwood e a Magnum Opus de Orson Welles. É indiscutível, por assim dizer, a importância crítica e social, e principalmente original do cinema metafísico de Christopher Nolan. Imparcialmente, um diretor que consegue mixar entretenimento de ótima qualidade com a arte de se fazer criar pensamentos complexos e teorias longas dessa diversão, é realmente alguém pra se prestar atenção e conservar. Antes de A origem, um filme sobre o limite da privacidade, Nolan entregou o melhor filme policial da década, mesmo com outros ótimos exemplares, como Sobre meninos e lobos, Onde os fracos não têm vez, Tropa de elite ou Os infiltrados, pra citar alguns, mas O cavaleiro das trevas se destaca por mostrar com ineditismo as bizarrices desse mundo do crime, e de um jeito realista como teria que ser, usando elementos clássicos do filme chave do gênero, O poderoso chefão. É um jogo de gato e rato que todos conhecem muito bem depois de quase 3 anos desde o lançamento, em julho de 2008: O honesto promotor público Harvey Dent caça o justiceiro Batman que caça o violento Coringa, numa Gotham city fria e caótica, como qualquer megalópole do mundo. Uma trama extremamente bem feita, sem nada nem ninguém fora do lugar na importância no contexto central, afinal o cinema de Nolan é puro engenho e montagem, uma história construída se apoiando no carisma dos personagens e principalmente ousada, por revolucionar o gênero que salvou a indústria norte-americana de cinema, a maior do mundo, de desmoronar. O que seria de Hollywood sem os nerds que fizeram faturar as franquias do Homem-Aranha ou dos X-Men, por exemplo? A resposta cruel e real é: Nada! Ai aparece Christopher Nolan, com sua cara e jeito de bom moço, aguçando todo mundo com a repaginada genial do melhor e mais realista super-herói de todos (Alguns acham que é o Chapolim e eu quase concordo), e entrega a segunda parte da suposta trilogia que na época de lançamento, compararam com O império contra-ataca! Não é exagero dizer que é uma das melhores sequências do cinema. As frases nada menos do que marcantes na memória e as situações geniais e engenhosas durante todo o filme qualificam a obra como uma das melhores da década. Tudo se encaixa no final otimista do filme, apesar do trajeto inteiro ser inteiramente pessimista! Algo para se lembrar, ter em DVD com todo o carinho e ficar entre os favoritos de quem é cinéfilo, ou não. Talvez o único erro em Batman – O cavaleiro das trevas é ser um perfeito blockbuster que vai sobreviver ao tempo, tão bom que é quase impossível a mente que o criou se superar em The dark Knight Rises, em 2012. E eu nem vou comentar sobre o palhaço do crime...

Nota: 10.

3 comentários:

Rafael W. disse...

Nota 10 mesmo! A obra-prima dos filmes de super-heróis!

http://cinelupinha.blogspot.com/

Anônimo disse...

o filme eh interessante,tem cenas e frases muito marcantes,porém muitos personagens que ao invés de deixar o filme com um ar de "intenso e complexo" acabaram sendo desnecessarios,o que fez o filme se arrastar durante toda a sua primeira metade mas..temos o CORINGAO!que dá uma brilho a qualquer filme que ele tiver,com personagens chatos ou não!

Anônimo disse...

Orson Welles tudo bem, Kubrick nem tanto, apesar de achar ele um gênio. Mas Francis Ford Coppola é um dos diretores mais SUPERESTIMADOS que existem. Se você tirar a trilogia do Poderoso Chefão e Apocalypse Now, não sobra NADA na carreira dele que tenha relevância pro cinema. Woody Allen é um dos diretores MAIS REPETITIVOS da história. E Clint Eastwood só sabe fazer melodramas de dar sono a qualquer pessoa com insônia.

"deuses" é uma palavra muito forte pra esses caras (repito, Orson Welles merece porque seu filme Cidadão Kane MUDOU a maneira de se escrever roteiros, ele junto a Sergei Eisenstein, Georges Méliès, Ingmar Bergman, Fritz Lang, Murnau, Buñuel e Griffith são os responsáveis pelo o que o cinema é hoje... sem esses caras nem mesmo Cavaleiro das Trevas existira. ESSES são deuses. Coppola, Allen e Eastwood perto desses caras são como o Capitão Nascimento costuma dizer "um bando de fanfarrões").