Pensando nisso, Hollywood começou a optar na década de 70 com filmes que dessem lucro, e só. Steven Spielberg, a galinha dos ovos de ouro na época, criou a fórmula que fez os produtores vibrarem de alegria, os blockbusters. Tubarão, Indiana Jones e Star Wars são os principais exemplos do início da megalomania americana em busca de dinheiro por meio de salas de cinemas cheias. É certo dizer que Spielberg e George Lucas foram os coelhos reprodutores que fizeram surgir uma nova leva de cineastas que só procuram por lucro, e na década de 90 isso foi comprovado com uma bomba atômica devastadora, que faria Hollywood ficar ainda mais na beira do abismo. O nome da bomba era Titanic. James Cameron assim senta no trono de Spielberg como o rei dos blockbusters, e em 2009 prova que ainda está soberano ao jogar outra bomba, Avatar, porém mais poderosa e devastadora, com o uso do 3D! Assim, apostando somente em tecnologia e espetáculo visual, o cinemão americano entra em um ciclo maldito onde o lucro persegue o lucro, esquecendo que esse lucro não tem qualidade que reverência a pura arte de se fazer cinema. O cinema Brasileiro também aprendeu a lição, e atrás de lucros desesperadamente concluiu que o povo quer ver mesmo são comédias e filmes de ação. O sucesso desse tipo de atitude capitalista fez e faz nascer outros tipos de cineastas semelhantes, como Michael Bay e Zack Snider! Nada contra o estilo de direção deles, mas se você só quer explodir coisas em Nova York, vira terrorista!
Cada cinema pra cada público, é claro. Filmes de arte, filmes de entretenimento e os falsos filmes independentes (Juno, Pequena miss Sunshine, Guerra ao terror), são exemplos de tipos de filmes. Não há porque generalizar, mas dar mais espaço para um gênero e menos pro outro é puro preconceito cinematográfico. Não seria um mundo perfeito se todos nós convivêssemos em paz, com todos os tipos de filmes? Bastariam eles não agredirem a inteligência e percepção da platéia. Eu pessoalmente como cinéfilo, fico triste que tenha blogs que estimulam a bilheteria de filmes tão rasos quanto piscinas infantis. Voltamos assim à teoria do ciclo maldito do lucro, um ciclo sem fim e que sim, pode ser interrompido pelos próprios estúdios, apenas com um pouco de bom senso.
Mas parece que as preces de quem aprecia o bom e velho cinema, e que nem por isso deixa de olhar para um bom futuro estão sendo atendidas. O melhor exemplo disso são os diretores Christopher Nolan e Darren Aronofski, diretores atuais e revolucionários que conseguem fazer produtos destacáveis para o grande público, que nos diverte e faz pensar! Martin Scorsese e os irmãos Joel e Ethan Coen também parecem estar aderindo a filmes mais acessíveis ao grande público, pois talvez A ilha do medo e Bravura indômita sejam apenas a ponta do Iceberg, isso seria ótimo, certo? Esperamos que sim.
Responda rápido: O que você prefere assistir, Transformers ou A rede social? 300 ou Cisne negro? Se você respondeu as primeiras opções, fique se divertindo com James Cameron e companhia, eles fazem suas obras pra você. E se você respondeu as segundas opções, você acredita, assim como eu, que tem outros caminhos para a salvação do cinema que vão além da tecnologia. Porque bons roteiros e bons diálogos terão que ter sempre um destaque maior do que qualquer show de efeitos visuais. Em resumo, os grandes estúdios poderiam sim apostar mais em filmes-cérebro e menos em filmes-pipoca, ou ir até o ápice e equilibrar os dois tipos de produções que nos tornariam ainda mais amantes do cinema, e atrairiam um público mais abrangente! Em vez dos estúdios ambiciosos estrearem as significativas produções apenas na pré-temporada do Oscar. Isso é brincadeira com a gente!
Em resumo: No cinema, a tecnologia não pode triunfar sem um bom e velho roteiro. E esperamos todos que no futuro, um bom roteiro não precise triunfar com o uso da tecnologia.
Um comentário:
concordo 100 por cento.
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