domingo, 5 de junho de 2011

Pânico (1996)

por Victor Tanaka


Podemos dizer que isso foi o motivo da existência de tantas comédias que tentam satirizar sucessos atuais produzidos anualmente nos Estados Unidos ultimamente? Com certeza! Todo Mundo em Pânico nunca teria saído na mente de alguns desocupados e nunca teria chegado sequer ao papel se Pânico não tivesse existido. Mas não podemos culpá-lo, pois além de nos trazer uma das sagas de terror mais divertidas e renovadas da época, sabemos que atos quaisquer sempre levam invejosos a tentarem criar algo igual ou tentar fazer uma sátira.
 
Wes Craven – aquele mesmo diretor que não despertou minha simpatia devido à minha primeira má impressão (uma porcaria ambulante com Christina Ricci chamada Amaldiçoados) se redime e volta a ser considerado por mim apenas mais um bom diretor que levou um tremendo escorregão em 2005 – acontece com todos – e espero que tenha se machucado muito para ter a certeza de que não voltará a fazer de novo.

Se você já viu a paródia deste filme, produzida em 1999 pelos Irmãos Wayans saberá tudo o que acontece nesse filme. Pelo menos, foi essa a sensação que tive (Déjà vu? Receio que não). E como todos devem saber, o filme retrata um assassino que telefona para suas vítimas e começa a lhe fazer perguntas sobre filmes de terror. Se a vítima não souber responder, é brutalmente morta.

Criativo? Sem dúvidas! Bem conduzido? Resposta mais positiva que essa, não haverá para outro filme do gênero. Personagens que fazem a diferença? Só os principais, o que já é grande coisa. Mas, afinal, o que há de ruim nesse filme? Aquilo que se percebe em muitos filmes do gênero: não conseguir criar um final que choque. Faz todo o sentido, mas acaba se enrolando nas suas excessivas tentativas para explicar o final aos espectadores, o que acaba resultando em um clima de tensão que não existe, totalmente repetitivo e desnecessário. O que significa? Podemos definir como um “falso clímax”.

Porém, mesmo tendo seus problemas com o clímax, consegue causar uma pequena tensão em muitas cenas, mas o principal objetivo (prefiro encarar assim) consegue ser alcançado com satisfação: divertir o espectador. Não estou usando essa palavra no sentido de arrancar risadas do espectador, mas sim de conseguir nos prender de sua clássica cena inicial até seu decepcionante fim de maneira brilhante, com um filme ágil, sem problemas de ritmo e com seus elementos cômicos espalhados que fazem-nos rir nos momentos certos.

Os astros da produção, por sua vez, brilham como nunca. Se não tivesse passado por aqui, garanto que Neve Campbell seria tão lembrada atualmente quanto Josevaldo Oliveira. Ah, não sabe quem é esse? Um moço que fez uma ponta em Cinderela Baiana. Pois é. Neve Campbell, sem Pânico, não seria nada. Courteney Cox, que já havia conquistado o grande público com a série Friends, supera sua atuação na série televisiva, e nos entrega uma perfeita repórter paranóica pelo sucesso – Gale Weathers. O outro ator, que nem lembro o nome (fui obrigado a pesquisar para lembrar que seu nome é David Arquette), foi satirizado com louvor em Todo Mundo em Pânico. Além de ser esse ator zero à esquerda, morre no final do filme, porém ressuscita em suas sequências. Se eu também não tivesse varrido informações à procura, não saberia que isso só foi possível porque recebeu uma ajuda do Criador (Wes Anderson) que decidiu lhe dar uma vida extra, caso contrário pensaria que ele teve umas aulas com Juvenal Antena. O que dizer sobre Drew Barrymore? Ela só faz a primeira cena. Se seu nome ficou desnecessariamente em destaque nos pôsteres e banners, não posso fazer nada.

No mais, um filme interessante – não deixa espaço para continuações, mas sabemos como o bolso fala mais alto que o cérebro em Hollywood. Nasceu como um filme de terror adolescente que marcou de forma considerável o cinema e principalmente a indústria do terror, assim como deu origem àquele que trouxe consigo milhares de filmes-sátiras ruins e desnecessários. Logo, um filme demasiado importante e empolgante, mas não passa de um ótimo passatempo para o sábado à noite para se acompanhar com os amigos, com a namorada ou até sozinho, esta última opção restrita apenas para os solitários como eu.

NOTA: 7.0 de 10.0

Nenhum comentário: