*Esse texto foi liberado pela Confederação Internacional dos Bruxos para a leitura entre trouxas.
A cada novo filme do Harry Potter, há também um novo logotipo da Warner Bros. No primeiro filme foi a introdução normal, e no sétimo filme, há um logotipo enferrujado, completamente diferente do que tinha antes, mostrando que a série precisou – obrigatoriamente- ficar mais sombria, para combinar com o tempos difíceis que virão a seguir – o capítulo final. O dia que eu escrevo essa análise do penúltimo filme do menino que sobreviveu, é justamente o dia que antecede o grande final da franquia, momento aguardado por milhares de pessoas. Mas porque a saga Harry Potter tem oito filmes, se há sete livros? O fã de boa fé diz que, como o livro tem 590 páginas, fizeram duas produções para dar mais fidelidade ao material, mas se fosse assim, porque também não fizeram dois filmes de Harry Potter e a ordem da fênix, que tem 702 páginas? O motivo começa a ficar bem claro: Mesmo antes da pré-estréia, o último filme já está quebrando recordes de bilheteria! Mas vamos ser francos, a decisão de dividir o livro em dois resultou em um grande filme para a saga de magia e bruxaria. Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 1 teve o mesmo impacto para os fãs que Batman –O cavaleiro das trevas teve para quem cresceu amando os quadrinhos do personagem. Tudo remetia a algo épico, inovador e corajoso por parte do diretor David Yates, que agora com total tempo e confiança fez um filme cheio de méritos, como nunca fizeram antes nos outros seis filmes: Não há nem mais sombra daquele mundo bonitinho e fofinho de A pedra filosofal!
“A varinha das varinhas, a capa da invisibilidade e a pedra da ressurreição, juntas elas formam as relíquias da morte. Porque unidas, elas fazem de qualquer um o senhor da morte.”
Harry (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) estão fora da escola de Hogwarts, sozinhos e dependentes um do outro, com uma missão quase impossível e tão longa que precisou de um outro filme para culminar a jornada: Eles precisam encontrar sete objetos chamados Horcruxes, que guardam os sete pedaços da alma de Voldemort (Ralph Fiennes), para poder derrotar o perigoso bruxo das trevas. O problema é que ninguém sabe onde estão essas Horcruxes, e o trio de amigos virou o principal alvo do vilão e sua tropa de comensais da morte, pois Voldemort quer encontrar primeiro as tais relíquias da morte para ser o bruxo mais poderoso do planeta, pois foi para isso que ele ressuscitou! Sim, a velha história do bem contra o mal e muito corre-corre são as premissas básicas, mas a primeira parte de Harry Potter e as relíquias da morte precisa ser vista com o coração para ser totalmente apreciada, sem preconceitos para quem é fã ou não.
“Não há nada para temer, se não há nada para esconder!”
O mundo mágico criado por J.K Rowling nunca foi tão sombrio, e graças à espetacular direção de arte do filme isso fica bem nítido. As atuações e os efeitos especiais também nunca estiveram tão afiados – o filme foi indicado a dois Oscars, mas perdeu ambos para Alice – No país das maravilhas e A origem. Com duas horas e meia para desenvolver um clima crescente de tensão e insegurança, com uma boa narrativa claramente inspirada em filmes famosos como Onde os fracos não têm vez e Rastros de ódio, David Yates se esbalda criando cenas icônicas dentro da cinesérie, sendo fiel ou não ao livro! Afinal de contas, qual fã pode não gostar da dança entre Harry e Hermione? Em outras palavras, nunca foi tão prazeroso de assistir um Harry Potter até aqui!
“Dobby não queria matar ninguém, Dobby queria apenas causar um ferimento grave!”
Quanto mais a série chega ao seu fim, nós podemos perceber que ela nunca perdeu o fôlego. É verdade que nenhum filme conseguiu superar nenhum livro, ou ter personalidade forte, mas nunca derrapou de vez! Com certeza, é esse o segredo que fez com que essa série tenha feito tanto sucesso durante tanto tempo. Será que depois que o último filme acabar, a odisseia mágica também vai? Ou ela vai ser imortal, assim como O senhor dos anéis e Star Wars? Parece que foi outro dia que eu fui ver o expresso de Hogwarts, pela primeira vez, acelerando no ano de 2001...
NOTA: 9,5.
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