sábado, 9 de julho de 2011

Análise: Harry Potter e a ordem da Fênix (Harry Potter and the order of the Phoenix) (2007)

*Esse texto foi liberado pela Confederação Internacional dos Bruxos para a leitura entre trouxas.

Novas versões de histórias já conhecidas pelo público geralmente são alvo de comparações com o que já foi apresentado. Com A fantástica fábrica de chocolate, por exemplo, foi a mesma coisa. Alguns juram que o clássico de 1971 é melhor do que a versão de Tim Burton, e vice-versa. Os produtores da série Harry Potter tiveram uma enorme coragem – ou necessidade – de implantar diretores diferentes para a franquia. Até chegar em A ordem da fênix, Chris Columbus, Alfonso Cuarón e Mike Newell já haviam surpreendido e decepcionado os fãs, e deixaram suas falhas e contribuições pra sempre na estrutura da série. Depois de Harry Potter e a ordem da fênix, do diretor David Yates, parece que os produtores gostaram tanto da visão desse diretor inglês que resolveram deixar ele lá, até o final – afinal de contas, em time que está ganhando não se mexe.

Esse quinto filme foi o que mais chegou perto da bilheteria colossal de A pedra filosofal, talvez isso alavancou a oportunidade de David Yates. É incrível como isso foi possível, porque antes ele só havia dirigido um filme, o bonitinho e chatinho A garota da cafeteria, e de repente, cai em seu colo um blockbuster com tamanho apelo mundial – não estou sugerindo que ele é um sortudo que caiu de paraquedas, mas que é estranho, é. De qualquer jeito, ele disputa com Alfonso Cuarón a habilidade certeira em conseguir nos envolver com um mundo riquíssimo criado por J.K Rowling. Em A ordem da fênix há muitas referências de O prisioneiro de Askaban, como o clima sombrio e o dinamismo do filme, apesar de que aqui tudo é maior, os efeitos especiais são melhores, a direção de arte-como sempre ímpar- e as atuações dos bruxos adolescentes que, pela primeira vez na franquia, dão sinais de que estão deixando de ser adolescentes, pois crianças não são mais. A história começou a ganhar a devida maturidade com David Yates, isso não tem preço.

O ofídico e perverso Lord Voldemort está de volta, ressuscitou e pretende, é claro, dominar o mundo da magia, e para isso precisa, de um jeito ou de outro, destruir a única pessoa que o impediu de ter feito isso no passado: Harry Potter. Quem está do lado de Voldemort e quem está com Harry é o grande dilema da história, não dá pra saber quem é confiável ou não. Para quem não sabe, o livro – a versão Brasileira – tem 702 páginas, há passagens cansativas e desnecessárias, e o eficiente roteiro de Michael Goldenberg conseguiu resumir “tudo” isso em 2 horas e meia de filme. Quem sabe disso, também sabe que não é fácil agradar tanto aos fãs quanto aos produtores – não, ele não consegue um equilíbrio perfeito, mas convence. Pra falar a verdade, o quinto filme da série Harry Potter foi, até então, o primeiro que mais se enquadrou como cinema blockbuster, sem vergonha disso! Todos os outros ficaram preocupados demais com a fidelidade literária, e David Yates e Michael Goldenberg pegaram o material original e apenas beberam da fonte, só isso. E eles foram além, porque há cenas do filme tão fiéis ao livro, que até os diálogos foram retirados das páginas. Qual fã resiste a isso?

Hogwarts é uma escola, cheia de regras, não um parque de diversões! Pela primeira vez isso fica bem claro aqui. Esse é um dos méritos para a série que o quinto filme faz acontecer, além de inserir com naturalidade vários personagens novos na franquia. A fantástica atriz Britânica, Imelda Stauton, intérprete da nova professora de defesa contra a arte das trevas, Dolores Umbridge, e Helena Bonham Carter , com sua ridícula e exagerada Belatrix Lestrange, têm o poder de fazer os fãs quererem estapeá-las por suas crueldades.

Como já foi dito antes, o clima de suspense é alto e as atuações estão cheias de insegurança, como verdadeiros adolescentes inseguros, sem saber muito bem para onde ir, incertos sobre o futuro – como qualquer adolescente, bruxo ou trouxa. Esse foi o segredo: David Yates entendeu que era um filme sobre jovens, para jovens! Como se não bastasse os méritos de Harry Potter e a ordem da fênix, o realismo incorporado faz com que as melhores sequências de ação possíveis aconteçam, tudo muito especificado ao mundo de magia e bruxaria. É aqui, bem aqui, que começou o caminho até o fim.

NOTA: 9

Um comentário:

disse...

A war about which there is nothing else to say