sexta-feira, 8 de abril de 2011

Crítica: Rio (2011)

Quando os gringos pensam no nosso país, pensam em: Carnaval, cirurgias plásticas, mulheres vulgares e tudo em cenários tropicais. Infelizmente é a verdade que se vê em entrevistas e pesquisas de rua pelo exterior, e Carlos Saldanha sabe disso e, exatamente por saber que o Brasil no subconsciente das pessoas pra quem ele trabalha é assim, ele merece os parabéns por Rio.
Primeiro porque ele poderia dar a avalanche de clichês correspondentes ao Brasil de uma vez só, e fazer um filme com um naco de história só pra mostrar as belezas do Rio de Janeiro, etc. Ele é corajoso, e não mostra somente um lado da cidade maravilhosa, mas contrabando e a malandragem de quem se sente acima da lei (E está!), coisas que nem mesmo os cariocas gostam de admitir, são mostradas sem serem críticas ao povo e sua cidade, como poderia facilmente ser.
A história acompanha a arara domesticada Blu, originaria do Brasil e criada nos Estados Unidos por Linda, que trabalha numa livraria e vive uma vida... normal! Quando um perito em aves desafia Linda a trazer de volta Blu para seu verdadeiro habitat, a arara é seqüestrada e conhece uma companheira de cativeiro, a fêmea Jade. E agora fica tudo óbvio: As aves vão ter que escapar dos contrabandistas para viverem em paz, tarefa, claro, árdua, principalmente por que Blu não sabe voar!
Tudo previsível, gráficos maravilhosos e diversão em dobro do que foi mostrado em A era do gelo 3, por exemplo. Infelizmente no cinema de Carlos Saldanha não existem ossos nos corpos de seu personagens humanos, é o que parece, o que favorece a caricatura das pessoas, mas tudo convence como um legítimo filme família que o neto e a vovó assistem tudo numa boa, e riem de todas as piadinhas leves, que abusam das gírias cariocas. Todos os ritmos brasileiros conseguem espaço na produção, mas imperdoável em Rio mesmo, é colocar flamingos na floresta da Tijuca, e animais em um desfile de Carnaval na Sapucaí... Tudo pra sugerir o quão exótico a cidade pode ser.

As várias referências a Cidade de Deus, Ratatouille e Os incríveis são nítidas em certos momentos, e todos os clichês são muito bem colocados na história pra não ofender e entediar a platéia brasileira, e não desvalorizar a inteligência de quem não é daqui e tem um conhecimento mínimo pelo país! Rio não tenta por um segundo sequer mudar a visão dos estrangeiros pelo Brasil! Ele tenta só uma coisa: Divertir. E diverte muito bem! Em tempos de tragédias cariocas, o filme vem numa ótima hora pra nos lembrar como o Rio de Janeiro pode ser lindo!
Fachada do hotel Copacabana Palace, onde algumas cenas de Rio foram exibidas pela equipe da DreamWorks.
Nota: 8,5

OBS: A seqüência musical do início do filme já é uma das melhores seqüências do ano!

2 comentários:

Rafael W. disse...

Estou bastante animado pra esse! A campanha tem sido forte.

http://cinelupinha.blogspot.com/

Daniel disse...

Muito fraquinho esse filme,tiro metade dos elogios ( notei um certo protecionismo). Mas tirem suas propias conclusões.