sábado, 7 de maio de 2011

Tempos modernos


Quando o cinema fica escapista demais, a realidade mostra que mensagens também são importantes. Espelho da realidade, Hollywood produz, com uma certa variação de qualidade, reflexos do mundo a nossa volta. No passado, por exemplo, Todos os homens do presidente definiu o escândalo político do Watergate, assim como Apocalypse now, do mestre Coppola, definiu a guerra do Vietnã. Agora, em tempos realistas, o cinema algumas vezes também precisa ser!

VIDA VIRTUAL: A rede social (2010)
Antigamente, falar que era possível viver em uma outra realidade era ridículo. Hoje, nós nunca vivemos tanto no mundo virtual, porque é um mundo sem regras onde todos têm seu espaço e podem fazer a diferença. A rede social já pode ser considerado um clássico moderno por tratar desse tema atual da forma mais realista e humanista praticável, sempre imparcial! O filme de David Fincher não julga os novos tempos onde as palavras Twitter e Facebook estão nos dicionários públicos, apenas mostra a atualidade e os tipos de relações que podem surgir em um mundo que a única coisa que nos separa dele é uma tela.

ONDA DE VIOLÊNCIA: Onde os fracos não têm vez (2007)

Nunca o mundo sofreu tantos tipos de violência quanto hoje em dia. Violência física, moral, psicológica, virtual... O filme dos irmãos Coen, além de retratar esse tema com realismo próprio, expõe como nós estamos nos acostumando com um mundo selvagem aonde o amor é a coisa mais rara de se encontrar. No filme, o xerife simboliza a ineficiência das leis antigas que não funcionam mais, o assassino é o símbolo da violência inexplicável, sem começo nem sentido, e o homem comum somos nós, que não sabemos pra onde fugir no meio do caos.

CRISE AMBIENTAL: Wall-e (2008)

A popularidade que o aquecimento global e outros temas ecológicos ganharam em todos os meios de comunicação ficou evidente no mundo do cinema, quando o documentário Uma verdade inconveniente ganhou fama (merecida). Leonardo Dicaprio também produziu o documentário A última hora, e se mostrou preocupado com as várias tragédias ambientais anunciadas. Mas apenas uma produção mostra claramente o que pode acontecer ao mundo, a cada um de nós, se não confessarmos que o mundo não vai acabar, porque quem pode acabar somos nós. Wall-e, só nos primeiros dez minutos, se torna imbatível nessa conscientização.

DIVERSIDADE: Gran Torino (2008)

Diversidade, em todos os sentidos. Religiosa, sexual, política, vivemos em tempos onde todos nós queremos ter a palavra. O politicamente incorreto surgiu daí, pelos diferentes pontos de vista de uma sociedade em constante mudança, e quem sofre com isso é a geração pós-guerra, que não pode entender os novos tempos, não consegue se adaptar. Gran Torino, do mestre Clint Eastwood, mostra com perfeição como a antiga geração sofre na pele ver o mundo mudar e eles continuarem na mesma, morando ainda num mundo que acabou.

GUERRA DO IRAQUE: Guerra ao terror (2009)

Incentivado pelo ataque às torres gêmeas em 2001 e sob a justificativa de que o governo do Iraque estaria obrigando militantes da Al-Qaeda e fabricando armas de destruição em massa, em 2003 os americanos invadiram sem dó nem piedade o país. O caminho para Guantánamo, Jogos do poder e O reino retrataram de maneiras diferentes a realidade da guerra, mas foi a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor direção que mostrou da melhor maneira possível o dia a dia tenso dos militares em um cenário pessimista, sujo e decadente, aonde o mundo não pode evoluir por meio de bombas e granadas.

ESCÂNDALOS POLÍTICOS: Frost/Nixon (2009)

Em tempos que políticos são sinônimos de ladrões, e a política é escancarada em todas as mídias, com total necessidade pública, o épico recente de Ron Howard consegue nos fazer sentir na pele do entrevistador David Frost em perguntar tudo que sempre queremos perguntar sem receios para pessoas que aumentam os impostos e brincam com a cara de quem os elegeu. No caso, o ex-presidente americano Richard Nixon, interpretado com maestria por Frank Langella. Talvez no futuro, apenas robôs poderão ser eleitos, sem a corrupção humana em seus circuitos para fazerem sonegações fiscais e permitir a evolução do país que eles, em teoria, deveriam cuidar junto do povo.


Um comentário:

Rafael W. disse...

Adorei o post, bem inteligente ;) E o visual do blog está lindo *___*

Abraços!

http://cinelupinha.blogspot.com/