sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Crítica: Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I (2010)

Após ver este filme, escrevi um comentário, que pode ser lido clicando aqui.
Mas após rever no cinema mesmo, meus pensamentos mudaram sobre algumas coisas. Então peguei este comentário e transformei-o em uma crítica, que você pode conferir abaixo.

Helena Bonham Carter (a moça do penteado esquisito) como Belatriz Lestrange

“Chega aqui o fim de um acontecimento que marcou uma década e a vida de milhões de pessoas.”


Foram dez anos de espera para os fãs. É muito clichê começar uma análise assim para o fim de uma saga, mas agora entendo como esse fato é triste para tantos. Afinal, você, que já passou anos acompanhando os filmes de uma mesma saga, sempre esperando para que o próximo produto fosse lançado logo, provavelmente ficou triste quando viu que finalmente havia chegado ao fim de tal saga, e teria que se separar de seus personagens tão queridos. Isso é realmente melancólico. Comigo isso também aconteceu – embora não totalmente. Mas aquele clima de saudade já está comparecendo na mente de muitos fãs.

Confesso que fiquei sem palavras após terminar a exibição de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I. Não é segredo para ninguém que sou fã da série, mas, sinceramente, o filme é simplesmente fantástico! É um filme que diverte, que entristece, que alivia, que deixa o espectador tenso e, mais que isso, empolgado!

Como muitos já disseram, agora que conhecemos bem os personagens, não tem como simplesmente não torcer por eles. Essa trama sombria e mais adulta que J.K. Rowling nos deixou, saltou para as telas como magia pura, fazendo brotar tudo aquilo que a série plantou e semeou durante esses quase dez anos.

Neste produto, o que temos é, inicialmente, Harry Potter sendo transferido da casa de seus tios – uma cena desperdiçada, que podia ter retratado muito bem aquela despedida triste e aquele clima de melancolia rondando o lugar onde sofrera tanto, mas que, afinal, era sua casa – e sendo levado para a casa dos Weasley. Lá, os Comensais da Morte atacam, e ele, Rony e Hermione conseguem escapar. Perdidos, restam a eles irem atrás das Horcruxes de Voldemort e destruírem-nas, enquanto a tão falada guerra se aproxima finalmente.

No início desse comprido desfecho, já somos presenteados com uma belíssima cena de Severo Snape na mansão dos Malfoy e, depois, a cena que considero a mais triste de toda a saga, protagonizada por Hermione, com a linda trilha sonora de Alexandre Desplat ao fundo.

Durante o filme todo, somos presenteados com uma atmosfera digna de aplauso, por nos dar mesmo aquela sensação de que alguma coisa muito séria está acontecendo, sem eles precisarem repetir o tempo todo, como nos outros filmes, que “uma guerra está chegando”, e coisas assim.

Esse é aquele típico filme que nos introduz em um campo nunca explorado com tanta profundidade pelos outros filmes da franquia como agora - o mundo dos bruxos fora de Hogwarts. Que perigos rondavam aquele lugar e nunca pudemos ver? Em quem eles realmente podem confiar? Onde estarão seguros? E usando efeitos visuais divinos se comparados aos anteriores e contando com interpretações bem melhores, o filme ainda possui um humor até mais natural do que visto anteriormente.

Um dos maiores problemas, que quase todo mundo critica e eu assino embaixo, é a mudança brusca do ritmo do filme. As cenas de ação são um tanto quanto curtas, e há muitas cenas entediantes e desnecessariamente longas do trio na floresta sem saber o que fazer. Geralmente, podemos resumir o filme como grandes fragmentos de acontecimentos interessantes flutuando em um mar de cenas repetitivas. Mas tais fragmentos são tão agradáveis, que não conseguimos parar de pensar no que acabara de acontecer enquanto a próxima cena entediante se move.

Até o trio está melhor, embora eu ainda ache que eles estão medianos. Os melhores do elenco mesmo são Alan Rickman – como sempre, embora apareça em apenas uma cena, mas que já faz nossos olhos brilharem -, Helena Bonham Carter (insana, insana, insana) e Imelda Staunton – deliciosamente desagradável. Eu poderia citar Maggie Smith também, pois, para mim, ela é sempre a melhor do elenco (junto com Alan Rickman), mas não podemos ignorar o fato de que ela foi esquecida nesse filme e não aparece em sequer uma cena.

O visual do filme, além de ser quase infinitamente melhor que os anteriores (com exceção do sexto filme, O Enigma do Príncipe), é o melhor elemento do filme e o que mais chama a atenção do público. Os cenários, os figurinos, a fotografia lindíssima, os efeitos visuais e todo o resto. As cenas do Ministério da Magia e da Mansão dos Malfoy são deliciosas para nossos olhos saborearem. Essa parte visual também contribui para a tensão que permanece em quase todo o filme. Inclusive, uma das cenas – a que aparece a personagem Batilda Bagshot -, possui um ar muito igual a de um filme de terror (não só pelo visual, mas também pela criativíssima e muito competente trilha sonora de Alexandre Desplat). E David Yates dispensa comentários. Mesmo tendo mais controle sobre O Enigma do Príncipe do que nesse, consegue conduzir a história de maneira quase equilibrada e do jeito certo.

Bom, eu sei que é clichê dizer que a série amadureceu e tudo mais, mas esse é o maior destaque do filme. Podemos perceber logo pelas cenas iniciais, que são melancólicas e mais adultas – e não tão infantis quanto eram antes. E, claro, eu não podia terminar esta resenha sem antes comentar o final do filme, com aquelas cenas de arrepiar, como a sequência da Mansão dos Malfoy, que é um delírio em todos os sentidos, e a cena final, que é a responsável por todos quererem ver a segunda parte e o verdadeiro desfecho - aquele que parecia nunca chegar depois de tantos anos -, que promete ser grandioso e não decepcionar a ninguém.
 
Claro que minha opinião para este filme é meio tendenciosa, pois grandes fãs ficam cegos aos defeitos de sua saga favorita, mas depois, quando o brilho passa um pouco, é possível ver os problemas – como houve comigo. E, claro, tem muitos problemas neste filme. Mas não há nada que todas as qualidades aqui citadas possam cobrir. Mas é óbvio que não agradará a todos. Quem não é fã da saga tem mais chances de não gostar. Ainda assim, pode ser que estes gostem e o encarem como uma boa diversão – ou não.

Que comece o espetáculo.

Nota: 8.0

Um comentário:

Rafael W. disse...

Baixou a nota... [raiva1]

http://cinelupinha.blogspot.com/