domingo, 30 de janeiro de 2011

Crítica: A Última Música (2010)




“Nicholas Sparks é uma bomba pronta. E é aqui que chegamos a conclusão de que, se ele escrever um livro contando sobre um mendigo que estava vomitando strogonoff de carne da semana passada na porta de sua casa, dariam um jeito de adaptar aquele fato para as telas.”
Victor Tanaka

É, o cinema virou festa. Qualquer coisinha é motivo para um filme. Fatos importantes – como o caso do World Trade Center -, fatos interessantes – como a criação da rede social Facebook – e fatos inúteis – como um filme sobre o palhaço Tiririca. Mas agora, todo mundo quer fazer um filme. Todo mundo quer ter um filme. Qualquer porcaria de livro de modinhas adolescentes que chega às livrarias (geralmente com vampiros, garotas paranormais e um triângulo amoroso em uma tentativa de clima sombrio) é motivo para tentar novamente uma grande bilheteria. É, a bilheteria. O motivo para o cinema atual estar tão mal-utilizado. Vemos quase todos os fins de semana (ou “todos”) um lixo novo ser lançado.

A moda agora é adaptar livros. Como já dito anteriormente, livros de modinhas adolescentes. Mas não só esses, como também best-sellers que poderiam render uma boa graninha para os produtores. E que livros melhor para fazer lucro se não algum de Nicholas Sparks, um dos piores escritores da atualidade e, obviamente, superestimado até a última espinha? Afinal, seus livros melosos e irritantemente clichês são tão bem visto por grande parte do público, que obviamente eles quereriam ver tal obra no cinema? Sim, e depois de tantos livros do Sparks ganhar uma versão cinematográfica, qualquer trabalho meia-boca que ele faz já vai direto para a 7ª Arte. Vou falar hoje sobre uma das porcarias superestimas de Sparks adaptada para as telas.

A Última Música é, inicialmente, um livro chato. Eu ainda não terminei de ler por ser tão desinteressante, mas espero algum dia chegar perto do final. É um livro MUITO previsível, como qualquer coisa de Nicholas Sparks inventa. Sem originalidade alguma. A história é sobre uma garota rebelde que vai, com seu irmão pequeno, passar alguns dias na casa de seu pai, que mora na praia. Ela já chega chata, enchendo a paciência do seu pai e arrumando confusão – sendo até acusada de roubo – devido as más companhias que conheceu em uma noite que saiu sozinha sem dar explicações a seu pai. Mas, aos poucos, os dois vão começando a se entender, e ao mesmo tempo em que começa a ter uma personalidade aceitável, encontra seu grande amor.

Provavelmente você já saberia como terminaria o parágrafo acima antes de terminar de lê-lo, simplesmente porque é tudo muito previsível aqui. Mas vamos lá. Tentarei ser um pouco paciente com este filme nessa análise.

O que temos neste filme comercial, além de um roteiro bobo, meloso e clichê do começo ao fim? Vamos começar com os problemas na formação da história e na estrutura desta. Está até pior do que no livro (ou seja, está pior do que eu pensava). Temos uma personagem mal-construída, que não conquista o público. Uma personagem irritante e que não merece um mínimo de atenção. Claro que, no cinema, ela parece estar mais desinteressante do que no livro. A culpa não é do roteiro, e sim da atriz que chamaram para interpretá-la. Quem foi essa gloriosa atriz? Miley Cyrus. Começa a palhaçada.

Miley Cyrus é uma péssima atriz e não consegue entrar em sintonia com o pouco clima de tristeza que o filme nos reserva. Se nem uma comédia adolescente ela consegue fazer direito, como conseguiria fazer algo melhor em um filme supostamente sério e retratando temas bonitos de forma tão medíocre? O resultado é fedegoso. Um espetáculo de palhaçadas.

Seu par romântico, Liam Hemsworth, é um babaca. Não, não estou falando só do personagem. Por que todo filmes desse tipo tem que ter um personagem tão idiota e, pior, interpretado por um ator com um talento pior que o de um camundongo bêbado? Sempre lembrarei desse filme como tendo um dos PIORES CASAIS da história do cinema. Eles não têm simpatia, nem carisma, nem a tão falada química. Eles não têm nada.

O melhorzinho do elenco é mesmo Greg Kinnear no papel de Steve Miller (o pai da Miley Cyrus no filme). Claro que aqui ele está ruim, mas a culpa é da diretora incompetente. Mas Kinnear consegue contornar tudo com seu carisma, e acaba sendo um dos pouquíssimos bons motivos para ver o filme.

Este é um dos primeiro longas-metragens de Julie Anne Robinson, creio eu, que anteriormente havia dirigido algumas séries televisivas. Isso explica porque o filme também tem uma certa e escondida semelhança com uma série americana. Talvez semelhanças na estrutura, nas atuações, não sei. E é um filme bonito visualmente. Claro, o objetivo era ser bonito sentimentalmente, mas o que posso fazer?

O público maior que este produto agradará serão claramente os adolescentes que adoram estes filmes comerciais e adoram uma história melosa que faz as pessoas bem menos exigentes chorarem no desfecho – e, se pensarmos bem, é um grande público: a explicação para esses filmecos continuarem sendo produzidos aos montes por aí.

E, aqui, termina uma análise de um filme frustrado em todos os sentidos. Um filme que não consegue agradar, não consegue emocionar. Nem com os atores conseguimos nos simpatizar. Uma péssima escolha de elenco e, para piorar, uma péssima escolha de história. Afinal, com um roteiro tão chulo e meia-boca desses… É aqui que chegamos a conclusão de que, se Nicholas Sparks escrever um livro contando sobre um mendigo que estava vomitando strogonoff de carne da semana passada na porta de sua casa, dariam um jeito de adaptar aquele fato para as telas. Afinal, os filmes de Sparks agradam muito às pessoas com pouco senso crítico, logo lucram em cima delas.
NOTA: 3.0

3 comentários:

Rafael W. disse...

Concordo plenamente, é um verdadeiro porre! Chato, boboca, previsivel e extremamente enjoativo.

Também fiz uma critica pra ele: http://cinelupinha.blogspot.com/2011/01/ultima-musica-2010.html

Anônimo disse...

Esse filme não é chato, nem enjoativo, nem boboca nem nada disso. Eu adorei o filme e achei muito lindo.

Andressa disse...

Ridícula é você falando isso. Opnião é uma coisa pessoal, você está sendo totalmente ignorante achando essas coisas. Acabei de ler esse livro e achei completamente maravilhoso, o melhor livro que já li!