domingo, 31 de janeiro de 2010

Falando Grego (My Life in Ruins)

Kalimera!

Como já disse o crítico Mauricio Saldanha, é muito bom se surpeender. É maravilhoso quando você vai ver um filme esperando uma bomba e acaba se deparando com um filme não tão ruim, ou até mesmo bom. Foi assim que aconteceu comigo quando vi Os Produtores, que na minha opinião, uma das refilmagens de maiores qualidades que já existiu.

Com Falando Grego, não foi diferente. Eu esperava um filme recheado de clichês (me deparei com alguns, mas não tanto quanto esperava), um roteiro meia-boca e um romance sem carisma algum. Pois nessas duas últimas características, errei feio. A história pode não ser das melhores, mas é muito engraçada para quem está esperando algum passatempo ou alguma comédia bonitinha, com personagens realmente carismáticos para os menos exigentes e ótimas situações.

No filme, a carismática e sempre maravilhosa Nia Vardalos interpreta Georgia, uma guia turística que tem uma vida péssima. Sua chefe quer se livrar dela e sempre lhe dá os turistas mais chatos, os turistas a odeiam, enquanto seu "inimigo" Nico, um outro guia turístico da empresa, vive conquistando seus clientes e fazendo-a ficar muito nervosa. Além disso, Georgia não conhece mais ninguém na Grécia. E a história começa quando ela é escolhida para levar alguns turistas insuportáveis, de diferentes partes do mundo, para conhecer o país. Ao longo da viagem, situações constrangedoras entram na vida da personagem, que quase fica louca. Mas aos poucos vai conhecendo melhor aquelas pessoas e fazendo amizade, assim como o motorista esquisito do ônibus.

Nia Vardalos, como eu já disse, está sempre maravilhosa. Aqui, como sempre carismática e simpática, consegue conquistar o público num estalo de dedos. O mais interessante é que tudo o que a atriz fez de errado em Eu Odeio o Dia dos Namorados, aqui ela mostra que aprendeu a superar seus erros e volta com tudo em cima, num dos melhores filmes de sua carreira.

Além disso, o filme possui uma característica encontrada em poucos: a formação dos personagens. Para dar um exemplo, vamos lembrar de Eu Odeio o Dia dos Namorados. Nia Vardalos tentou fazer uma história tão cheia de clichês, que se esqueceu dos personagens. Esqueceu de mostrar seus sentimentos, seus pensamentos. Muitos filmes são assim. Mas esse não. Cada personagem aqui é único e feito com muito cuidado. Uma é muito mal-humorada, outro tenta ser engraçado porque perdeu a esposa, outra foi traída pelo marido... E o filme mostra os problemas de todos os personagens e o jeito como eles lidam com tudo isso. É disso que o mundo precisa.

As atuações não são lá grande coisa, mas conseguem agradar. Richard Dreyfuss é, depois de Vardalos, o melhor do filme e o personagem mais bem construído de toda a trama. Realmente consegue emocionar o publico com sua história, seus interesses... Todos os personagens daqui são carismáticos, mas esse e Georgia são os mais simpáticos do filme.

Outro ponto positivo é que essa não é uma comédia romântica como as outras. O romance fica apenas em segundo plano, o que é o correto. A toda a história do emprego dela e suas relações com os turistas em destaque. O romance dela com o personagem de Alexis Georgoulis é apenas um outro ponto do filme. E é assim que todas deveriam ser.

Enfim, pode me apedrejar e me xingar a vontade. Eu adorei esse filme, me impressionei e, particularmente, estou gostando de Nia Vardalos mais do que nunca, que aqui mostra do que realmente é capaz. Que venha o próximo filme!

*A PALAVRA KALIMERA, CITADA NO COMEÇO DA POSTAGEM, SIGNIFICA BOM DIA/BOA TARDE EM GREGO.

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